Nem todos consideram o fim de ano uma época de celebração e alegria. Na verdade, algumas pessoas são acometidas por tristeza, ansiedade, frustração, irritabilidade e uma grande sensação de vazio. Até mesmo crianças e adolescentes podem sofrer da chamada síndrome do fim de ano ou depressão do fim de ano.
Essa condição é específica dessa época e está associada a uma série de acontecimentos e sentimentos comuns com a aproximação do Natal e do Ano Novo. Por isso, os pais devem ficar atentos aos sinais de que os filhos estão passando por um período difícil em relação à sua saúde mental.
Neste texto, abordamos as principais causas desse problema e as opções para aliviar o sintoma e ter um fim de ano mais agradável e feliz. Confira!
O que é a síndrome do fim de ano?
A síndrome do fim de ano é o nome dado a um conjunto de sentimentos negativos que atingem algumas pessoas nessa época do ano. As principais queixas incluem tristeza, frustração, ansiedade e sensação de vazio.
Nos adultos o problema está relacionado às preocupações com grandes mudanças que estão por vir, tensão diante do reencontro com familiares, dificuldades no emprego, frustrações por projetos não realizados, preocupações com o futuro e saudades de entes queridos que já se foram.
Entretanto, o que pouco se fala é que crianças e adolescentes também sofrem com esse problema. As causas podem ser diferentes, mas a sensação de tristeza não deve ser ignorada.
O que causa a síndrome do fim de ano em crianças e adolescentes?
Crianças e adolescentes possuem vivências e problemas bem diferentes de um adulto, por isso as causas da depressão de fim de ano não são iguais. É possível elencar algumas razões prováveis para o desenvolvimento do problema em pessoas mais jovens.
Saudades da escola
A maior parte da interação social de crianças e adolescentes ocorre na escola. Então, mesmo que muitas vezes esse ambiente seja um pouco cansativo e estressante, quando o ano letivo acaba, os jovens podem acabar sentindo falta da escola e, principalmente, dos amigos.
Essa mudança brusca na rotina nem sempre tem um resultado positivo. É possível que um sentimento de tristeza comece a se instalar.
Preocupação com o novo ano letivo
Maior do que a saudade deixada pelo ano letivo que se encerrou é a preocupação com o ano seguinte. Isso pode despertar muita ansiedade nos jovens, já que os próximos acontecimentos são muitas vezes incertos.
A criança e o adolescente não sabem, por exemplo, quem serão seus novos professores, se haverá alunos novos na sala, se aqueles que eram mais próximos irão continuar e se haverá muita dificuldade com os novos conteúdos.
O problema se torna ainda mais grave quando é preciso trocar de escola, fazendo com que o jovem tenha que encarar um ambiente totalmente novo, onde não há rostos familiares e a dinâmica é diferente.
Ociosidade
No período de férias, o jovem pode cair em uma fase de total ociosidade. Afinal, não há mais a obrigação de estudar e muitos momentos do dia se tornam livres.
Isso pode até ser muito apreciado no início, mas se torna cansativo depois de um tempo, abrindo caminho para que a criança comece a pensar demais nas preocupações que citamos antes.
Então, a tristeza surge ao enfrentar a saudade do ano que passou e as incertezas daquele que irá iniciar.
Convívio com determinados familiares
Crianças e adolescentes nem sempre têm a chance de conviver em um ambiente tão harmonioso, mas isso é de certa forma minimizado durante o ano, já que o jovem passa grande parte do tempo na escola.
Mas com a chegada das férias, o convívio com a família se torna maior e problemas como desrespeito e agressões se tornam mais latentes.
Mesmo que no seio familiar o convívio seja agradável, nessa época é possível que a criança tenha que lidar com amigos da família e conhecidos dos quais não gosta, o que aumenta a ansiedade e a tristeza.
Além disso, o fato de não terem grande poder de decisão gera uma sensação de impotência que agrava o problema.
Como lidar com a síndrome do fim de ano em crianças e adolescentes
Ao conhecer os principais gatilhos da síndrome do fim de ano nos mais jovens, é possível criar algumas estratégias para prevenir ou lidar com o problema e reduzir seus impactos na qualidade de vida.
Acompanhamento psicológico
As sessões de psicoterapia não são destinadas apenas aos adultos. Crianças e adolescentes também podem usufruir desse tipo de abordagem, sendo de grande auxílio nessa fase tão importante do desenvolvimento.
Com a ajuda de um profissional, o jovem pode se entender melhor, sentir-se mais seguro e aprender a lidar com os gatilhos que geram sentimentos de tristeza e angústia. Além disso, em uma sessão de psicoterapia, é possível que ele se sinta mais inclinado a conversar sobre algum assunto que esteja receoso de tratar com os pais.
Apoio familiar
Os adultos da família devem entender que as crianças e adolescentes também têm sentimentos que precisam ser levados a sério. Em muitos lares, a tristeza dos mais jovens é tratada com desdém e classificada como birra.
Entretanto, esses sentimentos negativos têm grande influência no desenvolvimento do jovem e devem ser tratados com cuidado. Por isso, diante da depressão do fim de ano, os pais precisam conversar com os filhos, mostrar-se abertos para ouvir e tentar entender o que está acontecendo.
Nessa mesma linha é importante levar em consideração a opinião das crianças e adolescentes. Isso evita que elas sejam submetidas a situações e condições que irão agravar o quadro.
Atividades de lazer durante as férias
Os responsáveis devem programar atividades prazerosas para crianças e adolescentes durante as férias, o que ajuda a manter a mente ocupada e cria boas lembranças desses momentos.
Mesmo que não seja possível viajar ou desenvolver atividades longe de casa, crie uma rotina com jogos, brincadeiras e horários para assistir a filmes. Além de prevenir a síndrome do fim de ano, essas atitudes ajudam a estreitar relações entre pais e filhos.