O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurodesenvolvimental que afeta a comunicação, interação social, comportamento e interesses da pessoa com autismo. Esta condição engloba uma variedade de manifestações, desde formas leves até as mais graves, com cada indivíduo apresentando uma combinação única de sintomas.
É importante esclarecer que o espectro autista pode afetar significativamente a vida das pessoas que o possuem, impactando áreas como educação, emprego, relacionamentos e independência. Além disso, os desafios sensoriais, comportamentais e de flexibilidade podem tornar difícil para pessoas com TEA se adaptarem a diferentes situações e ambientes.
No entanto, com apoio adequado, terapia e educação especializada, muitas pessoas com TEA desenvolvem habilidades e estratégias para lidar com os desafios do dia a dia, alcançando seus objetivos e contribuindo de maneira significativa para a sociedade.
Qual é a escala e variedade do Espectro autista (TEA)?
A escala do Transtorno do Espectro Autista (TEA) pode variar desde formas mais leves, nas quais os indivíduos têm dificuldades sociais e de comunicação sutis, até formas mais graves, em que as pessoas apresentam deficiências significativas na linguagem e no funcionamento diário.
Atualmente, a condição reúne uma série de condições que anteriormente eram diagnosticadas separadamente, como:
- Autismo infantil;
- Transtorno desintegrativo da infância;
- Transtorno generalizado do desenvolvimento não especificado (PDD-NOS);
- Síndrome de Asperger.
De modo geral, o autismo reúne muitas características e níveis de funcionalidade, que se mostram diferentes para cada pessoa. Desse modo, alguns indivíduos podem apresentar habilidades especiais em áreas como matemática, música, arte ou memória. Outros podem ter desafios significativos em áreas como comunicação, interação social, flexibilidade de pensamento e comportamento.
Quais são os sintomas principais do TEA?
Os principais sintomas do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e sua gravidade variam de pessoa para pessoa. Desse modo, é comum observar pessoas com habilidades únicas e talentos em áreas específicas, além de dificuldades de interação e comunicação.
Confira algumas delas a seguir:
- Dificuldades na Comunicação: indivíduos neuro divergentes podem ter dificuldade para entender e usar linguagem verbal e não verbal, o que inclui atrasos na fala, inabilidade para começar e manter uma conversa e problemas para compreender figuras de linguagem e expressões faciais.
- Dificuldades na Interação Social: pacientes no espectro podem ter problemas para entender as emoções e intenções dos outros. Muitas vezes isso dificulta a formação de novas amizades, participação em grupos e compreensão de normas sociais.
- Padrões de Comportamento Repetitivos: é comum que pessoas no espectro tenham padrões de comportamento repetitivos e restritos, fazendo movimentos repetitivos do corpo (como balançar as mãos ou balançar para frente e para trás). Além disso, a repetição pode ocasionar na aderência de rotinas rígidas e interesse intenso em certos tópicos ou atividades.
- Sensibilidades Sensoriais: muitas pessoas com TEA têm sensibilidades sensoriais aumentadas, revelando uma hipersensibilidade ao som, luz, toque ou cheiro. A situação contrária também ocorre, com uma falta exacerbada de sensibilidade a estímulos sensoriais.
- Dificuldades na Imaginação e Flexibilidade de Pensamento: pessoas neuro divergentes podem ter dificuldades em brincar de forma imaginativa, compreender metáforas ou mudar seus pensamentos ou comportamentos em resposta a novas situações.
Quais são as possíveis causas do Transtorno do Espectro Autista?
Infelizmente, as causas do Transtorno do Espectro Autista (TEA) ainda não são totalmente compreendidas. Contudo, pesquisas sobre neuro divergência sugerem que uma combinação de fatores desempenha um papel importante no desenvolvimento do TEA, sendo eles:
- Fatores Genéticos: anormalidades ou mutações associadas, que afetam o desenvolvimento cerebral e função dos neurônios.
- Fatores Ambientais: o que inclui exposição a toxinas ambientais, infecções maternas durante a gravidez, complicações durante o parto, idade avançada dos pais e fatores socioeconômicos.
- Disfunção Cerebral: diferenças na conectividade neural, tamanho de certas regiões cerebrais e processamento sensorial em pessoas com TEA.
- Anormalidades Pré-natais e do Desenvolvimento: anormalidades na migração neuronal, desenvolvimento neural e formação de sinapses.
- Fatores Epigenéticos: fatores que afetam a expressão gênica sem alterar a sequência de DNA e que podem ser influenciadas por fatores ambientais, como nutrição, estresse e exposição a substâncias químicas.
Como é feito o diagnóstico do TEA?
O diagnóstico é realizado por profissionais de saúde mental e especialistas em desenvolvimento infantil de forma multidisciplinar, já que o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é complexo e não existe um único teste para o transtorno.
Para isso, é realizada uma avaliação abrangente que inclui várias etapas, tais como:
- Anamnese e Entrevista para obter informações detalhadas sobre o desenvolvimento da criança, histórico médico, comportamento e padrões de comunicação.
- Observação Direta do comportamento da criança, em diferentes contextos, como em casa, na escola e em ambientes sociais, para avaliar suas habilidades de comunicação, interação social e comportamento.
- Avaliação do Desenvolvimento, que pode incluir testes padronizados para avaliar habilidades cognitivas, linguísticas, motoras e adaptativas.
- Avaliação Sensorial e Comportamental.
- Avaliação Médica para descartar outras condições que possam estar causando os sintomas da criança.
- Colaboração Multidisciplinar com profissionais de saúde, como psicólogos, psiquiatras, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e pediatras, que trabalham em conjunto para avaliar e diagnosticar a criança.
Para um diagnóstico preciso, os médicos levam em consideração os critérios estabelecidos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) ou em outras ferramentas de diagnóstico reconhecidas.
Quais são as opções de intervenção e tratamento para o TEA?
O tratamento e a intervenção para o Transtorno do Espectro Autista (TEA) variam de acordo com as necessidades individuais de cada pessoa e podem envolver uma combinação de abordagens, como:
- Intervenção Comportamental Intensiva: também conhecida como ABA, a Análise Comportamental Aplicada é uma abordagem baseada em evidências que pode melhorar habilidades sociais, comunicativas e adaptativas por meio de técnicas de ensino estruturado e reforço positivo.
- Terapia da Fala e Linguagem: elas ajudam a melhorar as habilidades de comunicação verbal e não verbal, a compreensão da linguagem e o uso funcional da linguagem na vida diária.
- Terapia Ocupacional: com ela o autista desenvolve habilidades motoras, sensoriais e de autocuidado.
- Intervenção Educacional Especializada: profissionais especializados fornecem suporte e recursos adaptados para atender às necessidades educacionais e de desenvolvimento da criança com TEA.
- Intervenção Social e Desenvolvimento de Habilidades Sociais: alguns programas de intervenção social e desenvolvimento podem ajudar as crianças a aprender e praticar habilidades sociais, como fazer amigos, iniciar e manter conversas e interpretar pistas sociais.
- Abordagens de Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA): pessoas com TEA que têm dificuldades significativas de fala, podem contar com as abordagens de CAA, como o uso de sistemas de comunicação baseados em imagens ou dispositivos de comunicação assistiva.
Em todas essas etapas, a psicoeducação é essencial para oferecer suporte e educação aos pais e familiares, ajudando-os a entender o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e a desenvolver habilidades de manejo e envolvimento positivo com a criança.
O transtorno de ansiedade é algo sério. Ao identificar os sintomas, marque uma consulta.
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